Spine Breaker: A it song sobre moda e consumo em tempos de micro tendências

Se você estivesse planejando uma performance de uma música que fala sobre moda, autoimagem e valores sociais, quais peças escolheria para compor o figurino? Talvez um Comme des Garçons, um Moschino ou, se realmente quisesse causar (uma convulsão em quem respeita a história da moda e os direitos infantis), um Balenciaga.

Mas o grupo mais poderoso da indústria do K-pop escolheu casacos de tweed Chanel, conjuntos Versace, tênis esportivos e óculos de todas as cores e modelos possíveis. E deixe-me dizer: eles não poderiam ter acertado mais!
O BTS tem o dom de entregar críticas sociais afiadas disfarçadas em melodias viciantes e coreografias impecáveis. E é exatamente isso que acontece com Spine Breaker. A música aborda — mas não se restringe a — a necessidade de aprovação por meio de itens do vestuário que se tornam "peças-chave" para diferenciar visualmente estudantes que, no dia a dia, usam os mesmos uniformes escolares.

Um exemplo real disso foi o fenômeno que deu origem ao termo spine breaker em 2010. Na época, as jaquetas da The North Face (especialmente a bomber preta) se tornaram um símbolo de status entre os alunos sul-coreanos. Muitos pais se viam pressionados a comprar a peça, "quebrando a coluna" para arcar com um gasto de algumas centenas de dólares.

Mas esse comportamento não se limita aos estudantes da Coreia do Sul. Quantos de nós não sentimos aquela onda de FOMO ao rolar o TikTok e ver influenciadores que, até então, pareciam ter uma vida comum como a nossa, de repente fazendo unboxings de grifes ou postando recebidos de mais de uma hora no YouTube?

Isso não é uma crítica aos influenciadores (pelo menos, não a todos), mas é impossível ignorar que esse grupo tem um papel importante na construção de uma realidade extremamente curada e intangível. Tudo parece tão natural para eles quanto preparar um café pela manhã, e, aos poucos, perdemos a noção do que é consumo normal.

Estamos sempre em busca do "achadinho" da Shopee, do link da Shein nos comentários, do próximo item da moda, sem nem questionar por que fazemos isso. Será que esse novo core realmente reflete quem você é, ou você só não quer ficar de fora da tendência da vez? Você sabe qual é o seu estilo pessoal? Tem coragem de passar um tempo a sós consigo mesmo para descobrir do que realmente gosta?

Veja bem: estilo pessoal não é algo que eu, um influenciador ou os editores da Vogue possam definir por você. Suas roupas não precisam ser apenas uma forma de agradar os outros. Elas são uma maneira de expressar gostos, emoções e crenças — um teaser da temporada da sua vida naquele momento.

(E é por isso que sou apaixonada por lojas fanmade. Nada como sair por aí com um "BTS paved the way" a tiracolo ou uma letra do Namjoon que cura qualquer dor sempre que leio.)

Descobrir seu estilo pessoal é a melhor forma de resistir às microtendências, ao consumismo desenfreado e de ter uma voz antes mesmo de dizer uma palavra. Afinal, a maior parte da nossa comunicação é não verbal. Mas, para construir essa identidade, você precisa enfrentar algo que pode ser intimidador: a si mesmo.

Passamos tanto tempo fugindo dos nossos próprios pensamentos (porque, sabe lá Deus, o que faríamos se ficássemos a sós com eles), que, quando nos olhamos no espelho, muitas vezes não conseguimos ver um indivíduo com valor.

Por isso, ao longo de uma série de posts, vamos explorar os estilos dos Tannies, como suas escolhas de moda refletem suas personalidades e como aplicar isso ao nosso próprio guarda-roupa. Além disso, lançaremos uma coleção com o mesmo propósito: The Bangtan Aesthetic – Part 1. No final, você poderá escolher o acessório que mais combina com quem você realmente é!

Enquanto isso, criamos uma playlist cheia de spoilers para entrar no clima aqui na Mikro!

E lembre-se: I purple you.

Xoxo, Mila.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bangtan Style by Dendezeiro

Bangtan Aesthetic: J-Hope